Foram dias de risos, amor e lágrimas nas divisas do sonho e o real
Os fatos dão formato ao real que transcende toda compreensão
O sonho move-se no éter do qual decorre tudo o que há de belo
Foram dias em que a natureza exprimiu sem dúvida o que é divino
Poderia de forma simplista chamar tudo que aconteceu de sorte
Ou ainda para reduzir implicações, dizer que foi obra do destino
Mas na verdade foi a quintessência de duas vidas enfim próximas
Criaturas solitárias que vêm se procurando por toda a eternidade
Buscando seu alimento na luz em meio a reinos fúteis de sombras
Entre pessoas falazes, só dispostas a subjugar, a aviltar a verdade
Mas enfim é chegado o dia de se desvencilhar desse negro vórtice
De dizer não à solidão, de tecer a vida em sua maior simplicidade
Assistir aos pores-do-sol de mãos dadas, caminhar na beira do mar
Tempo de fazer amor como nunca ninguém fez, de tanto coração
Dia de permitir o silêncio contar seus segredos sob a luz do luar
Numa terça feira de sol de um dia esquecido neste mês de agosto
Vem comigo caminhar entre as estrelas e conchas caídas no chão
Senta de frente para o mar enquanto o barco avança o horizonte
Lega-me teu sorriso, tua expressão de colegial, pois a vida é curta
Aperta os olhos enquanto sorris, faz de minha vida conto de fadas
Vem de vez habitar este reino efêmero, eis que vives no meu coração