És a Deusa de todos os meus minutos
O rio do teu ser desagua acelerado no céu da boca
Onde te saboreio menta e hortelã
Chá gelado, mel e croissants
Que preparo, com devoção, para o nosso café da manhã
A cumplicidade é um presente merecido
Pelas longas tardes percorridas a dois, tateando espaços
Inventando lugares para lançarmos sementes à terra
E plantarmos o nosso jardim, que cuidamos com cuidado
Hoje, as borboletas na barriga confirmam o nosso amor
Nas madrugadas és galáctica, menina dos meus olhos
Hélix nébula encantada no firmamento
Dominando os céus noturnos do planalto de Gizé
E nada mais há a dizer
Mas há momentos em que queria ser maquinista do cosmos
E abrandar o tempo
Para ter tempo de terminar este texto de outra forma
Mais amorosa, menos abrupta
Sem ter os minutos contados
E ainda assim vou, com certeza, chegar atrasado
Ao teu trabalho para te ir buscar
Mas levo, como desculpa, este poema para te dar.