Eis minh’alma a caminhar ígnea pela vastidão clamando por paz
Essa será a única reflexão que diz do que me resta de humano
Destacado das frases em fúria que me penetraram os sentidos
Em tudo de inteligente que corre no sangue de meus membros
Eu recriei meu mundo, recriei vida, no que restou vivo em mim
Um dia as árvores serão só arvores, após o rubro do apocalipse
As nuvens serão só nuvens, serão chuva suspensa e movimento
E o poema a morada vívida da fábula de pessoas menos físicas
Que saibam mais o valor da palavra concreta como pensamento
Mas menos de estereótipos e de discursos repetidos sem pensar
Por um único passo se assinala e se define a intenção do andar
Nos lábios entreabertos convive o silêncio, palavras tão poucas
De passos e silêncios se constrói essa distância sem retribuição
Qual atenção nos comanda na imensa jornada nessas pradarias
Ciente das lições de outrora, pés na estrada e olhos no futuro