Prosas Poéticas : 

PATO DOURADO, BAR E RESTAURANT

 
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Acabara de sair da agência de automóveis com o último tipo Sport da série de importados de luxo. Parei no recuo do calçamento à frente do restaurante, o porteiro aproximou-se, segurou a porta do carro, chamou-me de doutor. Sorri. Pediu-me a chave. Disse-lhe que naquele modelo não havia chave para alguns procedimentos. Por exemplo; a abertura das portas e ignição era por comando de voz, e que por hora estava codificado provisoriamente em; 1, 2, 3 para abertura das portas, e 4, 5,6 para dar a partida, acender faróis e alternar a suspensão.
Pelo rádio transmissor, chamou os manobristas e ouvi-o dando as instruções aos dois.
Num gesto com a mão indicando a direção, convidou-me a entrar. Prontamente dois rapazes uniformizados de motorista de madame, bacanas mesmo, aproximaram-se e levaram o carro. Já de costas, vi-os quando saíram numa arrancada acelerada que me arrepiou da nuca ao esfíncter.
Antes dos três lances de escada, na lateral direita da entrada, dois grandes vasos de bronze plantados no centro com palmeiras Lacca, raras, originárias de Borneo, ornadas em volta do caule com arbustos baixos e exóticos, que iluminados de baixo para cima por pequenos refletores de luz verde, refletiam sombras fantasmagóricas na parede de pedra grená. Entre eles, uma moldura dourada, com a inscrição; ‘O cardápio’, ‘Especialidade da Casa - Pato’. Achei estranho... Mas segui em frente.
Subi os três lances de degraus, e ao aproximar-me, as portas duplas de madeira maciça do salão abriram-se rangendo como num passe de mágica. O ambiente era guardado por dois gigantes afrodecentedentes elegantemente vestidos com ternos e camisas pretas e gravata prateada, que hirtos, apenas acompanharam-me com seus grandes olhos brancos quando passei. Entrei no primeiro ambiente. Era um ‘american’ bar estiloso, banquetas altas de couro tingido de azul Royal e pés dourados. Um balcão de mármore preto com tampo de vidro. Há poucos centímetros da altura da cabeça de quem estiver sentado; copos e taças de cristal reluzente, dependurados assimetricamente, escondendo parte do rosto de quem estivesse do outro lado do balcão, como no caso; dos olhos para cima do barman enquanto eu passava. Continuei caminhando pelo tapete vermelho até o fim do balcão que dava para ver o outro salão, praticamente vazio, apenas um sommier com um colchão d’água centralizado no ambiente e iluminado apenas por um forte foco de luz xenon, um luxo só. Nisso; abre-se uma porta de vidro espelhado, e, antes o que era um vulto caminhando ligeirinho em minha direção, surge na minha frente uma louraça de corpo escultural. Pensei até que fosse a Kátia Flávia, Belzebu, Godiva do Irajá do Fawcett; blusinha de seda transparente com decote até o umbigo, uns seios ma-ra-vi-lho-sos, coxas grossas; pra lá de uns quilinhos extras, ficavam-lhe bem, nem vou falar da bunda. Ah! Que bunda! Ela cumprimentou-me com um sorrisinho... ‘oi’, respondi-lhe... ‘olá’, e fui logo falando da minha necessidade, que precisava falar com o proprietário do estabelecimento.
Ela puxou uma cadeira e pediu-me que sentasse e aguardasse. Era uma mesa com dois lugares de frente para o bar. O barman inclinou-se e cumprimentou-me com um ‘boa tarde’ seco e perguntou se eu desejava beber algo. Ofereceu-me; whisky, cerveja, respondi-lhe que água gasosa estava bom, outra bebida, principalmente alcoólica, não, pois estava a serviço. Servido pelo garçom, vestido igualmente como os porteiros e os garagistas. O ‘maitre’, que apareceu sem eu notar, vindo da extremidade contrária de onde saiu a loura, vestido tão elegante quanto os guardiões do salão, sem me dirigir uma única palavras, chamou o garçom, entregou-lhe um enorme Cardápio de couro, grená, com inscrições douradas, vieram juntos até mim, o qual o abriu na minha frente. Mais luxo. Não estava entendendo, não era meu propósito comer, nem beber nada, aliás, era um serviço de luxo que eu não podia pagar, e ainda mais; não suporto patos, só aqueles que eu e a minha turma comíamos lá na escola...
Mas interrompendo a minha viagem na adolescência, o ‘maitre’ finalmente abriu a boca, gentilmente disse para eu ficar a vontade que era tudo por conta da casa. E que se eu precisasse de ajuda na escolha ele sugeriria; ‘Pato Dourado’. Então comecei a pensar que certos restaurantes de luxo são cheios de frescuras, e que se eu tivesse grana mesmo, ia querer que o estabelecimento me desse o mesmo tratamento luxuoso e cordial pra quem não comia pato. Mas isso são apenas conjecturas que não vão de forma alguma atrapalhar a minha missão. O meu patrão mandou eu entregar o carro ao comprador, faz parte do contrato que a entrega fosse em domicílio.. Fodam-se os patos e marrecos... Pois eu estou mesmo, é doido para passar lá no Mc Donald e atracar um ‘sanduba’.
Mas a curiosidade fez-me chamar o garçom novamente, e perguntar-lhe se eles serviam outros pratos além dos patos. Respondeu-me tão rápido quanto minha a pergunta. Parece que estava tudo ensaiado. Disse-me, sorrindo, que estava autorizado a servir-me em tudo eu desejasse e com todo o luxo, e mais a mulher dele que me acompanharia, caso eu precisasse de mais alguma coisa. Dependia apenas da minha vontade de aceitar as condições estabelecidas pelo seu amo, e no convívio de servi-lo no sommier. Não é que eu comecei a gostar de pato dourado!

 
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ZeSilveiraDoBrasil
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/08/2021 20:52  Atualizado: 04/08/2021 01:09
 Re: PATO DOURADO, BAR E RESTAURANT
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Desculpa se essa confusão aconteceu devido ao meu comentário.

Por isso resolvi apagar













Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/08/2021 21:56  Atualizado: 03/08/2021 21:56
 Re: PATO DOURADO, BAR E RESTAURANT
ó rapaz, chicos-espertos é o que mais há no mundo. pareces uma pulga. vou-te contar... sábado passado quando me dirigia a uma mercearia aqui perto estava uma velhota caída na berma da estrada junto à sua casa e vi passar dois carros por ela e continuaram a sua marcha, não a viram no chão creio, bom, eu acerquei-me da senhora e ela disse-me que não conseguia levantar-se, eu conhecia-a de vista mas nem que não a conhecesse, e tentei levantá-la, a minha intenção era levantá-la e po-la em casa, mas, não consegui porque ela pesava no mínimo noventa quilos, então procurei ajuda, percorri metade, metade, estou a exagerar, mas andei muito à procura de ajuda, e finalmente num dos cafés da zona depois de pedir ajuda o dono saiu a correr do balcão e veio comigo lentar a velhota, olha, o café estava cheio e todos ouviram o meu pedido mas somente aquele homem teve a... o que chamas a isto, um texto de quê! onde está a humanidade. és um zé-ninguém pá. não te chateio mais, mas, não gosto de ficar a dever nada a ninguém. não re metas mais comigo, anormal. apanhaste muito sol nessa cabeça.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/08/2021 22:21  Atualizado: 03/08/2021 22:21
 Re: PATO DOURADO, BAR E RESTAURANT
ah... eu vim aqui outra vez porque me esqueci de te dizer que da próxima vez que te meteres comigo eu vou-te ao pito zé. acredita que eu que te vou patinho. eu disse pato ou pito! eheh mongoloid. dizeis vós que sois poetas escritores e que andais aqui a defender... andais a defender o vosso pedaço de chão que nem chão é caralho. mete nessa tua cabecinha doirada que ninguém é poeta ou escritor por andar a vender banha de porco nas redes sociais. tem uma boa noite mongoloid

Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 04/08/2021 16:27  Atualizado: 04/08/2021 16:27
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 Re: PATO DOURADO, BAR E RESTAURANT
Ótima tua narrativa. A cada passo posso ver perfeitamente o acontecimento como se fosse um filme. É um retrato da vida que poderia estar acontecendo na mesa ao lado, aqui mesmo. Abraços