A mente é um engano, vá, uma mentira universal e instituída. É uma ilha dentro da consciência, não passa de uma zona de conforto, uma compensação da realidade de não existir. É como aquela coisa que compramos e nos oferecemos para compensar uma ausência qualquer, que não passa de uma ilusão, e como ilusão que é, a mente protege-se a si própria, gerando contextos para se justificar real: cenários futuros; projecções; reflexos; memórias passadas; recordações; lembranças. Ilusões criadas a partir de ilusões. É o momento em que a realidade por ela criada, a ilusão, já não a distingue como ilusão, crendo-a real. O momento em que nos torna escravos da sua escolha inconsciente de separação de uma consciência no presente. Escravos, da sua inexistência.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.