Cai o conforto desta mágoa ao fim da tarde
Na meia-luz abre-se o tempo, onde a fogueira ainda arde
Consumindo em labaredas o futuro, o passado
E todos os meus desideratos
Como brasas incandescentes sopradas pelo vento
Queimando a vida lentamente
Os destinos
Os dilemas
Dúvidas
E certezas
Queimando o oxigénio que me falta.
Cai o sol entre retratos pelos dedos sombreados
Onde os medos que enfrento, apenas trazem solidão
Abrem-se noites no meu peito, nos momentos recordados
Abrem-se vãos, enquanto caminho pelo chão.
Cai a vida lentamente ao fim da tarde
Como lenta sinto a queda do meu corpo
Neste silêncio absoluto em que me encontro.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.