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Na esperança de um sonho,
de te reencontrar,
perturbadoramente,
lutei um sono arrastado
pela madrugada...
Quando quase vencido,
o teu rosto me veio
brilhando nas minhas retinas;
maneiro, repentino.
E ainda tão lindo.
Despertei,
para resgatar a lembrança
perdida de você,
meu bem querer,
paixão despida.
Fonte onde eu bebi
sofregamente
o que me oferecias
da tua pequena boca,
feita para o beijo, macio,
e com gosto de poesia.
Depois sozinho no meu canto,
o sorriso, a alegria,
a sensação de embocado
um fino cristal de taça
que abraça o vinho.
Tinto;
que aquecia o meu corpo,
para atrair o teu; pequeno,
tenro, doce, alvo e fresco
de mulherzinha... atriz,
e vulgar na cama.
Como sempre te quis,
e a desejava.
Ah! Que deliciosas ânsias,
e como te amava
nos banquetes de delícias
que me oferecias!
Mas houve o dia,
quando o meu olhar
levou comigo
o teu olhar,
e o meu corpo
partiu impregnado do teu cheiro,
do perfume de cio
sentido pela última vez
sob os lençóis de percal estampado.
No portão, implorando,
as mãos deslizaram lentamente
até o toque final dos dedos.
Perdurável?!
Ficou o aceno e o sonho.
Parece que foi ontem
que plantei o ipê branco
em frente a sua janela.
Pelo tempo dos meus cabelos grisalhos,
deve ter crescido,
frondoso, e florindo,
se vestindo de alvura, paz,
a que precisei ao te deixar.
Lembras?!
De manhã reclamavas do sol.
Ele já deve sombrear o seu quarto.
Agora...
Nem eu nem o sol,
tocamos mais a tua pele quando acordas.
Adeus...
Dormirei com o poema que um dia foi,
na vida, e no sonho que eu li.
Sim, li.