.
.
.
Dizer que a obra dela é apócrifa,
Certamente, quem disser um louco é,
Coragem em um ser, maior não havia,
Ainda mais, no corpo tenro de uma mulher.
Musa brasileira, escandalosa e libertária,
Fenômeno, livre, sem atavismos, e independente,
A história está aí, e bem escrita,
Dos seus feitos, em variadas vertentes.
Uma modernista pro seu tempo,
Cuja voz doce ecoou forte, na rua,
Despojada, vestindo-se quase que nua,
Outros fatos a fez romper com a família.
Pós-menina e já era de vanguarda,
Pagú, pintou, fumou e abusou da lua,
Nada tinha de mulher interiorana,
Seus manifestos tinha-os sob sua guarda.
Por amor casou-se, e de igual amor gerou,
Pariu primeiro Rudá, qual o mito “o deus do amor”,
O mesmo amor com que o amou, ela amava
a própria vida, e a liberdade do seu povo.
Engajou-se ao movimento antropofágico, de comer,
“no caráter metafórico da palavra”, não gente,
de não negar, mas não imitar culturas externas,
Dos ameríndios, euros e dos afros descendentes.
Mas, seu “Modus vivendi” incomodava,
Muito mais suas palavras às estruturas,
Sua escrita criticou todo o seu tempo,
Consuetudinário, de prisões e de torturas.
Aos cinquenta e dois ano ela partiu,
Para viajem definitiva e derradeira
Ficou o mito, nunca será esquecida,
Pagú, a grande musa brasileira