Por um momento,
o tempo parava,
ecoava minha voz
num falso espaço
pleno da obscuridade,
e o que me iluminava,
debaixo dete estranho
império em que existia?
Apenas a tua imagem,
que me sustentava
a felicidade
no peito...
Em vão tentava,
resgatar à memória
a doce sensação que que senti
ao descançar em teu regaço,
magicos momentos
eternamente
gravados na nossa história
de um dia, mas que hoje
é só tua...só tua...
Em mim, apenas resta a ferida,
por tentar rasgar o peito
à medida de um desmedido amor...
Lembro-me
Que o alento chegava
e vagueava minha alma
deslumbrada e confusa,
numa realidade
fingida, mas nao em si,
em que a tua imagem
era sinónimo de vida...
E assim a guardava
em nome de uma esperança
nao menos obscena que divina
as vibrações do teu toque,
as caricias do teu querer,
e o querer das tuas caricias,
continuas assim a ser,
a voz que em mim ecoa
quando a alma se reveste
de silêncio, cumplíce
de uma qualquer indecisão
ou vertigem...
Que ilusao!!!
A realidade nao passa de um sonho escasso,
onde queremos segurar a vida com a mão...
Até meus sonhos sao falsos, em formas reais
de loucuras viventes, em mim todas iguais...
ou desiguais...
nem sei...
Em mim me reconheço,
sem nunca saber nada de mim...
Grito, com a força desmedida
da furia, e explodem por fim,
as paredes de um ficticio
destino que criei
vejo de novo avançar
o tempo,
como um estilhaço
lançado
ao coração...
Paulo Alves