Poemas : 

Elegia da morte

 
Conversa de caixão
Aberto, e o peito deserto
Aguarda semente e hora

O ponto certo
Alinhava a morte
À roupa do corpo
Às artérias do sangue
E por ela respira

Inspira

A filosofia do medo
Reflete imagem, reflexo
Consciente do sonho impotente
Das rugas vincadas na carne do tempo

E espelha uma glória decente
Vitoriosa, igual à vida.

- Consciente como nunca, completo
Lições valiosas de morte

Dou o passado às costas do medo
Do qual guardo a penas respeito
Não me lembro

O presente ao peito da solidão
Onde encontro conforto e descanso

E vens vestida de negro
Porque hoje, jantamos juntos
Rainha da perdição

Sentada à minha mesa
Companheira e confidente
Temos a partilhar

Ramos de flores secas e velhas
E os mármores ali tão frescos
Campas de cemitério sem rosto
Onde decai o brilho das lágrimas

O futuro? que importa
Negra acetinada oliveira
Não sei se diga, belos!
Ainda acho que tens olhos verdes.






Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.

 
Autor
silva.d.c
Autor
 
Texto
Data
Leituras
942
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
6
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/07/2021 12:20  Atualizado: 01/07/2021 12:20
 Re: Elegia da morte
se estamos a falar de poesia eu diria, a alegria da morte. mas... ó meu caro, os surdos não falam. os cegos não ouvem. diria até que quando eu morrer não quero nada. mas o mario já disse. o melhor mesmo é brindar à vida
continuação de uma boa




Enviado por Tópico
Esqueci
Publicado: 04/07/2021 23:12  Atualizado: 04/07/2021 23:12
Membro de honra
Usuário desde: 02/11/2019
Localidade:
Mensagens: 585
 Re: Elegia da morte
Não tenho medo da morte, tenho medo é de não viver. Mas se para viver for necessário morrer... Viverei até à morte. Não sei se já li isto em algum sitio, se fui eu que escrevi agora.

Mas é apenas para acrescentar, que acredito que a nossa alma volta cá várias vezes. E que andam muitas por cá em sofrimento. :)

Gostei, aliás como quase sempre gosto do que aqui escreve.
Um abraço