Um pequeno lenço está jogado no canto
Sujo de poeira
Marcas de lágrimas que teimosamente enxugou
De um rosto surrado pelo tempo.
Onde havia ainda esperança
Não há mais nada que possa lembrar
A sensação nostálgica que tivera
Nos olhos tão misteriosos que tinha
No tempo em que sabia viver e sonhar.
Nada agora faz sentido
Onde vive a acreditar que um dia
Poderá vê-la entrando pela porta da frente
Com aquele sorriso tão singelo no rosto.
Pega o lenço e tem a ideia de lavá-lo
Enxugar as lembranças e esperar
Quem sabe um dia o seu coração poderá sentir
O alívio de uma alma feliz.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense