Agasalham-me
nuvens de desejos.
Inspiram-me
versos ousados
pervertidos.
Tuas máscaras
confundem
ministérios?
Desagradas
mesmo assim
ardo quando
tentas me comprender.
A vontade de seguir-te toca sentimentos indefinidos.
És redemoinho
num vestido
transparente
e desbotado.
És transcendência
na asa de um pássaro que aprende a voar.
Quando não há
mais um fio
de lembranças
sutilezas se manifestam
ao som de harpas.
Equilibro-me
no tempo para
não cair no esquecimento.
Águias pousam
na saudade
que passa
longa e larga.
Meu pranto
silenciou.
Lava-se a alma
no inverno das palavras.
Sei
Sei do frio
nas águas
do rio quase
mudo.
Sei das roupas
encharcadas
e das lâminas
que escapam
dos olhos que
refletem
os mares.
Caem enganos
e ideias vaporosas.
As pessoas fingem
não ver o homem
em trapos no chão.
Os sentidos
não iludem.
Sei da chuva
da fina nas palavras
congeladas.no vazio.
A dimensão é maior
onde inquietam-se
sentimentos dispersos no nada.
A insuficiência
do amor me basta.
Talvez seja
medo, egoísmo
e avareza no deserto que me deixas.
A árvore
Existe uma árvore encantada na fantasia de uma criança. Ela canta e não sabe. Seu sorriso encanta as flores.
...
Saltam as palavras
no céu da tua boca e soltam-se
num poema
de amor.
Ilumina-se
e guarda-se
a alma exposta
nos retratos.
O desamor
percorre
palácios
e favelas
a mendigar
certezas da existência
imaginada.
Poemas em ondas deslizam nas águas.