Poemas : 

Inverno nas palavras

 
Agasalham-me
nuvens de desejos.

Inspiram-me
versos ousados
pervertidos.

Tuas máscaras
confundem
ministérios?

Desagradas
mesmo assim
ardo quando
tentas me comprender.

A vontade de seguir-te toca sentimentos indefinidos.

És redemoinho
num vestido
transparente
e desbotado.

És transcendência
na asa de um pássaro que aprende a voar.

Quando não há
mais um fio
de lembranças
sutilezas se manifestam
ao som de harpas.

Equilibro-me
no tempo para
não cair no esquecimento.

Águias pousam
na saudade
que passa
longa e larga.
Meu pranto
silenciou.

Lava-se a alma
no inverno das palavras.

Sei

Sei do frio
nas águas
do rio quase
mudo.

Sei das roupas
encharcadas
e das lâminas
que escapam
dos olhos que
refletem
os mares.

Caem enganos
e ideias vaporosas.

As pessoas fingem
não ver o homem
em trapos no chão.
Os sentidos
não iludem.

Sei da chuva
da fina nas palavras
congeladas.no vazio.

A dimensão é maior
onde inquietam-se
sentimentos dispersos no nada.

A insuficiência
do amor me basta.

Talvez seja
medo, egoísmo
e avareza no deserto que me deixas.

A árvore

Existe uma árvore encantada na fantasia de uma criança. Ela canta e não sabe. Seu sorriso encanta as flores.
...
Saltam as palavras
no céu da tua boca e soltam-se
num poema
de amor.

Ilumina-se
e guarda-se
a alma exposta
nos retratos.

O desamor
percorre
palácios
e favelas
a mendigar
certezas da existência
imaginada.


Poemas em ondas deslizam nas águas.

 
Autor
RaipoetaLonato2010
 
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