Penso em ti quando o mar alto e profundo
minh'Alma alcança. Quando sou silêncio e luto
sinto em meus olhos os olhos deste mundo
com sonhos destronados e confusos.
Penso em ti em cada dia e segundo ...
À chuva, ao vento, por entre a noite sossegada!
E é tão pura a paixão de que me inundo
que não te tendo a ti não quererei mais nada ...
Penso em ti com a dor das velhas penas
que o destino num tormento me concedeu
rodeado, numa cama, de assucenas.
E ainda mais te quererei depois da morte
pois recordarei o que a minha Alma já sofreu
até a minha infância densa e forte!
Ricardo Maria Louro
Na Casa do Outeiro
em Monsaraz.
Ricardo Maria Louro