I.
brotos apaixonados...
prontos para abraços
se abrindo aos laços
- anos dourados
II.
no fundo do mar profundo,
infundo o sopro rotundo,
afundo o sonho segundo,
transfundo o sangue fecundo.
III.
O próprio passo sai da sincronia,
O compasso ré muda a sinfonia
O corpo já não esconde a distonia
A alma só procura a harmonia...
IV.
Cada risco na lauda aberta
é como uma folha solta
que ao vento se revolta
e teima em cair na relva...
V.
folhas soltas como remos
nos conduzem em barcos
nos mares dos coração
para onde nos levarão?
VI.
quão bom é viver em união,
pássaros livres em sua jornada,
voam sempre juntos em revoada
adormecem ao doce aconchego..
VII.
Cada pessoa que cruza nossos caminhos
é uma folha que enriquece a nossa árvore.
Muitas se perdem no tempo e nos ventos,
apenas algumas não se soltam do caule...
VIII.
a cidade amanhece em névoa,
as montanhas em reverência,
o Cristo Redentor abençoa,
O Rio, que cidade maravilhosa...
IX.
e assim vou folheando,
página de meu canto,
frase de meu conto,
tudo é mesmo inacabado...
X.
o dia tampouco findou,
e a noite já o pé fincou,
ah, que drama grego
chama que me deixa cego...
Alberto AjAraujo, escrito em junho de 2021.