Os desastres naturais acontecem e não escolhem a quem atingem, assim como colhem pessoas que estão em condições indesejáveis a nível espiritual, também colhem pessoas que já atingiram níveis espirituais desejáveis, digamos que fazem uma limpeza cega, colhendo boas e más pessoas e aqui limpeza não é um termo desejável. A natureza manifesta-se obedecendo apenas à sua pulsação, ao seu ritmo, ao seu ciclo. Não reage em função do que lhe foi tirado pelo homem, não destrói com o propósito de destruir, a sua consciência não se revê na consciência dos homens, nas ações dos homens, a sua consciência é natural e pura, ao contrário, a dos homens é artificial e impura, influenciada pela educação, moral, contaminada pelas sensações e sentimentos que normalmente giram em torno do ego. É a consciência dos homens que deve ir ao encontro de uma consciência global que comungue com a natureza. Encarando a vida como parte de um percurso espiritual que a nossa alma necessita percorrer na totalidade, atingindo por fim a elevação, quebrando assim o ciclo de reencarnações, todo o ser que não atinja esse nível espiritual, o fim do caminho, voltará certamente as vezes que forem necessárias para continuar o percurso até que o cumpra, é a esta condicionante circular ascendente que damos o nome de destino. A natureza não é uma entidade inteligente, é natural e não age com a intenção de destruir tudo o que o homem construiu, nem de castigar tudo o que o homem fez de errado e nem ainda como meio de purificação dos impuros, a natureza simplesmente acontece. Não é a natureza que age como agente de seleção em favor do desenvolvimento de uma consciência global superior, mas a consciência dos homens individualmente que trabalha para o todo. Este é um caminho que cabe a cada individuo percorrer. Só com o conjunto de todas as consciências individuais espiritualmente desenvolvidas, é que se forma uma consciência global superior em comunhão com a natureza, e quantos mais individualmente atingirem esta consciência, mais rápido se torna o processo. A ajuda humanitária aquando destas calamidades é um teatro lucrativo que os homens ou os chefes dos países representam para não se sentirem mal com as suas consciências. É necessária para minimizar as consequências mas ineficaz para trazer equilíbrio ao mundo. O equilíbrio deve ser encontrado antes e não tentado depois. O amor, a solidariedade, a compaixão, devem ser praticados todos os dias, esta é a mudança que os homens devem implementar no coração, este é o interruptor que acende a consciência individual de cada homem, aglutinando-as numa consciência global superior. A natureza é só paisagem, bruta de quando em vez, mas paisagem.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.