Sou a luz ofuscada pelo brilho de seus olhos tão serenos
Na madrugada fria deste verão escaldante
A sucumbir os pensamentos mais nefastos dos anjos
Que voam esses espaços tão escondidos.
Procuro encontrar a razão que me levou a fitar os seus olhos
Na noite quente do inverno da alma gélida
Que buscava uma razão para existir e fugir
Do medo que a assolava constantemente.
Meus passos tropêgos vacilaram e quase cai
Se não fosse amparado pelo teu sorriso
Naquela primavera tão real em meus sentimentos
Que escondia de todos.
Era como fugir de mim mesmo sem ter onde me esconder
Pois seus olhos estavam em todas as partes
A me torturar como navalhas agudas
A dilacerar as paredes vermelhas do coração.
Vinha de longe caminhando sem rumo certo
E desejava o horizonte encontrar
Para apagar de mim as tristezas de tempos idos
Que fizeram-me sofre muito.
Não queria ter te encontrado
Não queria ter vistos os teus lindos olhos
Não queria deslumbrar-me com teu sorriso tão encantador
Para não correr o risco de ficar preso para sempre.
Mas, não foi possível evitar
E minha alma está presa na beleza
Que encontrei na magia que vem de você
A preencher minha alma de esperança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense