Doce Siririca
Tenho pouca coisa neste mundo
de tudo que um dia me foi dado
tenho um teto e um lago
que eu uso como um espelho roubado
Tenho a voz gritando em meu ouvido
que grita um poema abalado
frágil e pequena é a vida
e se desfaz como fosse feita de pecado
Rodeado desta guerra insone
que tira o sono de um homem de bem
há uma tristeza enorme
que se enrodilha no que não convém
A vida prossegue por força do oficio,
os homens desaparecem e o universo fica
como um desconcertante edifício
enquanto uma mão macia lhe propiciando
doce siririca.
Alexandre Montalvan
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.