As folhas caem .
Ë o outono...
Que se aproxima
E surgem os primeiros sinais
De que será vazio, moribundo...
Olho a terra, flores mortas,
Folhas secas, sem vida.
Tempo de solidão.
A brisa é forte,
Me leva consigo,
Me açoita ,
Me corta.
Faz frio,
Frio sem sentido,
O sol brilha
Mas não tem força
Ele é imenso mas também é só.
A musica dos pássaros
Parece um lamento,
Seu lamento é como uma orquestra
De um grande funeral
O regente é a dor,
Não há frutos
Os orvalhos secaram
Não há mais orvalhos
A noite é apenas silencio
Que faz presente nos corações
De quem não mais sorri para vida
E só espera este infeliz outono passar
O sono chega, é preciso dormir
E sonhar
Amanha será apenas mais um dia,
Um dia a menos nesta estação
De amargura.
"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade poética penetrem na intenção essencial dos versos"
Manuel Bandeira