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Rogério Beça | Publicado: 30/05/2021 10:32 Atualizado: 30/05/2021 10:32 |
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Re: Perdi-me nas cores
Tenho um fraco por verbos reflexos.
Perder-me é um dos meus favoritos. Acontece-me muito, quando sou eu a conduzir. Ao volante chego a ser ridículo. O sujeito poético desde cedo (2º verso) evoca o tu. Entra o poema numa espiral ora larga, ora estreita de metáforas, comparações, aliterações, quase antíteses... Andamos desde o primeiro verso num arco-íris (fenómeno belo de luz e humidade) sem ter a certeza qual a cor. Num roupeiro, incertos do hábito. "...guardaste..." \ escolheste dum modo que soa quase a castigo, ou antes, a sina que o sujeito poético é incapaz de evitar. Essa inevitabilidade é a dor do poema (grande poema) ou o motivo para o comentário ou "favoritação". Os versos sucedem-se nada simples, até no nós. Que têm os dedos de alguém, ou será o dedo? Os últimos três versos da primeira estrofe são muito sedutores. No mesmo tom confessional, há o contacto. Como as palavras nos tocam, mudam; os versos excitam a uma certa leitura, ou entristecem, magoam... arrepiam... No início da segunda estrofe a comparação já parece uma metáfora, e a repetição da ideia (tocasses\roçasses) um pleonasmo e essa "...alma\gélida..." no presente perfeito duma palavra que desconhecia (osculando é lindo) é capaz do segundo melhor feito pelos lábios. O que fará essa alma fervendo? Abraço irmã |
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