Poemas : 

Afinal o amor tem histórias sem final …

 
 




o que sobrou de tão pouco
diante de uma saudade corpulenta?

o que foi feito
do amor em feto?
do alento imérito?



nestas distâncias distanciadas
dos nossos seios…
os vazios procuram um nome
mais ajustados ao desespero

a tristeza
outrora expelindo lava
agora
apenas
musga as rochas
desonradas pelas lágrimas
no átrio dos olhos

a memória da alma
recorda
[ com a dorida frescura ]
a nossa última tarde …

rememora

os braços negados
o volume demasiado baixo
das tuas palavras
o retrocesso de um trajeto
[com o rosto preso ao espelho retrovisor]

sabia ….

sabíamos ….

que o tempo esgotado
levava-nos
para outras horas
desacompanhadas

e para um desencontro
de sonhos
recentemente
desabotoados


ainda assim
o afeto que te tenho
dava para azular
o nublado
dos teus
passos







“Acredito que o céu pode ser realidade, mas levarei flores para o pai - Erotides ”

 
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agniceu
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