o bragal donde te teci no tabernáculo de noites amplas
- do mais fino do mais alvo do mais branco
linho santo - , era azul
[e azul o mar e a divindade da água
e azul a porta índigo de madeira acácia
de te sonhar sendo sonho e mística liberdade]
o corpo que te ofereci nítido
era flor
cristal
poema
verbo brisa e vento limpo
labareda
dádiva suprema a flutuar por sobre cálice sagrado
e, se a pele fulgia na cor púrpura,
a alma se buscava tua em odes de ternura carmesim
esta, e que se esvai agora
…assim, gota a gota em lágrimas na vidraça
por onde as frinchas do novo dia se detêm e não passam…
das sementes que lancei à rudeza do granito
subiram
aos céus das minhas preces
- noviça em artes d’amar, curvada de mãos depostas -,
uma a uma, floras, faunas, frutos,
contas finas e lágrimas
(tantas)
com que te chorei na mansidão
dos dias de noites sempre viúvas
e as sementes são rochas,
velhas arcas aonde, telúrica, a madre terra guarda
linho límpido em que bordo o monograma do teu nome
neste vale em que, em lepra exangue, morro
e te divinizo no fogo de minha pele
em feição tatuada de querubim.
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