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Esfinge
Não componho poemas, poesias e
Todas essas delicadezas que, vez ou outra,
Me rodeiam.
São elas que transitam em mim,
Abrindo a alma e a face em sulcos profundos.
E vão construindo trilhas,
Vias insólitas que nunca pensei existirem,
Esculpindo paisagens que me encantam.
Me revelam ou me desolam,
Me construindo pouco a pouco,
Acordando outra pessoa que dorme no íntimo
Desse mistério, nesse corpo que habito.
Me devoro e pouco me decifro,
Esta é a dieta imposta ao mistério que sou.
A esfinge não é outra pessoa, mas... eu mesmo.
Milton Filho...
Do livro, Nacos, Edt, Chiado.