Reza das dores
Alma límpida se ajoelha.
Silêncio reina.
Murmura gritos internos.
Esboça lacrimejante sorriso.
Implora claridade à escuridão.
Eleva preces ao infinito.
Chora transparentes gotas.
Molha a relva aos seus pés.
Alma pura se culpa
Está só.
Entristece de luto a visão.
Clama pela dolorosa justiça.
Gira no ar o próprio destino.
Atira ao acaso vazios desejos.
Procura por sonhos ausentes.
Sente gosto amargo do nada.
Silêncio.
Alma reza no sigilo da culpa.
Há dores em seu íntimo.
Condói-se das tristezas humanas.
Envolve-se na turbulenta revolta.
Encontra-se perdida e impura.
Atira-se ao abraço envolvente da reza.
Alexandre Sansone
15.05.2021