Decifro-te
nas montanhas
luares e rios.
Decifro-te
na multidão
indo e vindo.
Imaginas
verdades
em tudo
o que
escrevo?
O amor
floreceu
no asfalto
repleto
de estrelas.
Leio poemas bordados
nas roupas penduradas
no varal.
Empresto
sorrisos
e asas.
Destemido
apago o medo
nas vidraças.
Na florescência
da vida, renasço.
Decifro-te
onde o silêncio
dobra lençóis.
Há flores
na estrada.
Ó, ventura!
Saio vestido
de palavras
mesmo que elas
me enganem.
Na pausa de
um abraço
sou pão
e água
no olhar
faminto.
Faça-me teu consumo diário.
Encontre-me.
Não escondo
amantes.
Os poetas nascem
com alma de anjo.
Desfio devaneios existenciais.
O amor
acende
estrelas
no fundo
do mar.
A sensibilidade
desenvolve-se
pelas ruas
e alcança
o outro lado
do mundo.
O sol carrega
de saudade
um final
de domingo.
A vento acelera
a espera do amor.
Há certezas possíveis e teorias reinventadas.
O medo explora
com precisão
o final de tudo.
Não saberei dizer
a frase inspirada
no esquecimento.
Há liberdade nesse tempo controverso?
Diga que estou
na tua vida.
Sou a causa
de tua alegria?
Para encurtar distâncias
diga que me ama
nas esquinas onde tocam tambores.
O percurso das mãos ascende os sentidos
em cada segundo
entre nós.
Poemas em ondas deslizam nas águas.