Há um lugar que só existe na minha memória de sonho
Onde perdura o vento que ondeia a crina dos cavalos
Galopando nos areais entre restos das estátuas caídas
Heranças de primevas civilizações que já habitaram ali
Uma cidade jaz submersa entre prados no meu coração
Entre túmulos que ressurgem nas horas baixas da maré
Meus mortos deitados no chão entre árvores sonhadas
Serenos e felizes com o repouso da vida que se passou
Eu, me estendo como rio em águas de uma alegria solta
Desarrazoada, mas de tão vivida, ela quase parece real
E a sensação me arrasta pelo cálido seio azul celestino
A me nutrir de esperanças só possíveis na adolescência
Venço as escarpas entre vértices de aéreos precipícios
Vou deixando para trás o som do vento entre pinheiros
Vergo em caladas onde só há a voz da coruja soliloquia
Do alto tudo se avulta, as sílabas gemam livres de medo
O futuro é o princípio de dias que não aceitam a morte
Hoje é o Dia Internacional da Língua Portuguesa, uma língua de grande beleza e sonoridade. Pouco usada pela grande variedade de regras, acentuação, conjugação verbal, mas de um lirismo ímpar. Parabéns a todos que abraçaram a árdua tarefa de escrever e assim zelam pela preservação de nossa língua. Com seus poemas, cada um de nós ajudará a elevar a Língua Portuguesa ao patamar que é merecido.