Como se fossem trovoadas em uma noite escura
Ouvia-se o barulhos dos caminhantes
Do lugar em que tentava esconder
Quando não existe outra forma de se ocultar
Do que pode destruir a sua alma.
Sempre falou do seu sentimento
Do amor que insistia dizer, sentia por ela
Mesmo ela não acreditando em nenhuma de suas palavras
Permanecia impassível diante do dragão
Sem medo de suas chamas mortais.
Rasgou a alma em prantos
Quando a viu sair pela porta da frente
Sem mesmo dizer uma palavra de adeus
Sabia que tudo havia chegado ao fim
Quando, na verdade, nunca havia acontecido nada
E apenas seus olhos viam uma miragem.
Os sonhos são folhas soltas no tempo
Que o vento espalha pelas campinas
Não passam de tragédias nas vidas medíocres
Dos cegos apaixonados.
Lá se vai mais uma daquelas histórias
Que não se sabem ao certo quem escreveu
Porque não há um final feliz
Quando não existe esperança de um retorno
Mesmo que por uma única noite.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense