Certo dia eu passei,
Próximo a um jacatirão;
Encontrei um pobre pássaro,
E dele tive compaixão.
Era um passarinho cego
Que voava por ali...
Mesmo sem enxergar,
Em paz vivia o Bem-te-vi.
Solitário ele dizia:
Bem-te-vi; te, vi, te, vi!
Cantava na velha árvore...
Indagar não me atrevi.
Fiquei a imaginar,
E não tive explicação...
Daquele pássaro cego,
Eu tirei uma lição.
Talvez, fosse um passarinho,
Infeliz e sem defesa...
Mesmo cego ele cantava
Pra esconder sua tristeza.
Se de fato irreversível,
Nosso Deus sempre dá jeito...
Não precisa passarinho,
Se esconder por ter defeito.
trovaliz