Nas trilhas que percorro
Vozes exalam do arvoredo.
Onde fervilham seres ocultos.
Minhas rodas entre as raízes
Mostram fome do imprevisível
A câmera capta fulgurações, contornos,
Saltos e no ângulo extremo
O passar de troncos tresloucados
Aqui em baixo, no caminho
Parecemos astronautas
A aparência que é aceita
Sem quês ou porquês
A vida se reinstala a cada descida
Riscamos no chão de terra
O traçado que escolhemos.
O barro nos pneus é troféu
E a montanha nos sussurra a voltar
Não são todos que escutam
Volto pois sinto o chamado
De descer cada vez mais rápido
Saltar cada vez mais alto e
Curvar cada vez mais fechado
Assim me tenho de volta à meninice
As marcas nas canelas
São medalhas a dizer:
Sim, estou vivo.
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