Como acordar se essa noite foi enorme e pesada em chumbo
Em que o pequeno Henry, foi cruelmente espancado à morte
E não posso ocultar no verde de meus olhos o drama noturno
Como deixar o dia amanhecer se a flor foi morta sem piedade
E seu grito ecoa em sustos infinitos pelas planícies sem grama
Como novos dias virão se viramos o rosto apetecendo não ver
Mas a vala profunda está lá para impedir a reforma da aurora
As crianças perdidas na longa ausência, aguardam na calçada
Como amanhecer se todos os sonhos foram deixados no vazio
As palavras, ora escurecidas, já calaram nessa longa desmanhã
Como desocupar o crepúsculo que veio vertical como um raio
Pelas ruas, nas janelas cerradas, expõem suas fachadas tristes
Sem alvorecer, sem pássaros, que de angústia calaram o canto
Que acalentava a esperança d’um futuro. O caminhar dos dias
Nada promete, além do logro que calou os sinos das catedrais
A verdade se perdeu por trás de unhas postiças bem pintadas
Enquanto a inocência, a infância e a vida lhe foram roubadas
Há pouco mais de um mês um garoto de 4 anos era espancado pelo padrasto enquanto sua mãe estava demais ocupada na manicure para ver o que acontecia. Minha indignação é tão grande que não pude me calar. Este poema busca dizer às mães e pais responsáveis que não ignorem nenhum sinal e ajam. O inimigo por estar em qualquer lugar.