O parque parece o mesmo cinza de todos os dias
A antiga casa da praça com suas árvores mortas
Um som de queda se aparta entre outras memórias
Tudo se foi em meio as linhas imutáveis do tempo
Olho a imagem de seu rosto, vejo um sorriso mortal
Onde quer que ela tenha ido, sei que não irá voltar
Sua expressão era pálida, eu me sinto tão perdido
Num retrato consagrado em uma jornada distante
Você podia ter ficado mais um tanto, só um pouco
Esperarmos o sol surgir sob o horizonte das marés
Fazê-lo brilhar único só nas palmas de nossas mãos
Dançando sobre as ondas na luz do luar cintilante
O tempo nunca esteve lá para nós, as sombras sim
Por campos de esmeralda pássaros noturnos voam
A buscar abrigo e na música de um outono antigo
Ouvir soar o vento nas cordas de um violino triste
As janelas estão fechadas e o quarto não está lá
Tudo se quedou inerte na fria escada desses dias
Talvez morrer seja apenas ir-se embora de espanto
Deixando para trás o barulho de pisar folhas secas