O tempo se abre,
o caminhar lento,
o outono e o vento,
o corpo se recolhe,
No banco de praça,
no lago, perdida garça,
a vida, nenhuma graça
nuvem cinzenta ameaça
O velho na sarjeta,
o jovem na bicicleta
empinando pirueta.
acena na mureta,
As folhas secas
sopradas pelas árvores.
brincam de petecas
soltas pelos ares
O universo se expande
que a tudo se encante,
na tarde que se encolhe,
noite que nasce do poente
Um papelão é cobertor,
do sono de quem foi ator,
ouve canções de ninar,
do arvoredo a respirar,
O coração do mundo,
bate célere, relógio
de vida, doce mistério.
testemunha o verso...
AjAraujo, o poeta humanista, sobre imagem dolorosa de um idoso abandonado, dormindo ao relento, em uma praça.