Fala,
Deixa teu silencio transparecer no exterior,
O teu vago mar, é na minha praia deserta
O que me embala da dor…
Penso no amor,
Aquele que ainda sinto preso na garganta
O silencio de novo desperta,
Triste ecoa a hora
Como melodia subtil, mas concreta,
Não vejo luz, ou sinto esperança,
Minha voz, uma ilha deserta,
Que um mar de receios devora,
Tão facilmente como roubar algo a uma criança…
Mas erro, sei que erro por não dizer o que sinto…
Vejo-me com um actor mudo,
Saltando entre peças,
Onde nunca precisei de qualquer estudo,
Ou decorar qualquer papel…
Nem uma palavra…
Pois se falo, parece que minto,
Se calo parece que esqueço,
Choro por querer,
Esquecer o amargo fel,
Enquanto as lágrimas essas,
Dizem que estou inocente,
Ao par de me sentir culpado,
Mas minha alma diz que mereço
Cada segundo do meu sofrer
Por toda a fraqueza em que consinto,
Manter o silencio acordado…
E as palavras, essas, ficam por dizer!!!…
Paulo Alves
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