Poemas : 

Crivos

 
Ao longe o horizonte
A sede e a fome
Nos bolsos vazios
Que não mendigam,
Talvez alguns nervos escondidos
Junto aos ossos dos cães
Que pela podridão se encontram.
O medo aumenta as sombras,
As mãos que se estendem em benefício
Não passam de hipócritas.
Sem pratos para lavar,
Lambem-se os dedos.
O sol esse sim, acorda os pensamentos
E os poucos bálsamos que sobrevivem,
engolem-se as lágrimas.
Todos os crivos são nuvens
Enquanto a morte não chama.
Os verbos fogem da ponta da língua.
E
O sono é o fiel amigo dos sonhos
Que não vivem.

 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/03/2021 22:50  Atualizado: 20/03/2021 22:50
 Re: Crivos
Um registo diferente, mais denso do que é habitual. Um poema forte, intenso. Gostei muito.
Obrigada:)
Abraço