Caminho devagar
Em uma estrada que parece não ter fim
Seus olhos estão distantes
São miragem que foge de mim.
Uma tristeza alucinante
Revela um semblante em dor
Meus passos são lentos
Pois não conheço mais o amor.
Tenho a percepção
De uma cruel realidade
Que transforma meu riso em pranto
Quando aumenta em mim a saudade.
Seus olhos tão meigos
Era a razão do meu viver
Sem eles sou um andarilho
Que não consegue te esquecer.
Deixo-me cair na margem da estrada
Pois não consigo mais caminhar
Sou a imagem da desilusão
De quem só soube te amar.
Minha percepção embaraça-me
E sou confundido pela realidade
Não sei se você existiu
E se fez parte da minha felicidade.
Quem sabe você foi apenas
A ilusão do amanhecer
Dominou meus pensamentos
E deixou-me no entardecer.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense