Nossa forma de comunicar foi criada para infringir e causar percalços
O que se chamam evidências nem de longe passam de fúteis mistérios
Haverá limite para a intemperança que levamos dentro de cada mente
Haverá ponto qualquer no tempo e espaço onde o que se diz é o que é
Não haja tormentos ou intemperanças e nada se dirá descompassado
Nada dito inútil e nem o próximo passo oculte a existência do abismo
Mas não é bem esse o ponto que cotidianamente costuma-se escolher
Propomos os extremos de palavras dúbias disfarçadas entre vírgulas
Diálogos conduzidos por construções fortuitas, objetivando engodos
As sentenças naturais artífices de nossa comunicação são galhofeiras
Sem que se desconfie porque não vamos para onde os olhos apontam
Além disso nos debatemos em nome de ideais os quais nem sonhamos
Lançamos a isca, reunimos em desatino um alfabeto disforme e alheio
Conjugações insondáveis artificiais e que não são o que parecem dizer
Assim é nossa comunicação, cinicamente feita para ser incomunicável