Sou uma alma desnuda quando escrevo meus versos
Minhas mãos cheiram a alfazema e assim vão morrer
Quando o inverno chegar, usarei minhas meias de lã
Irei recordar o cheiro perfumado destas flores lilás
Sou uma alma que desconhece limite, sangue quente
‘Oriundi’, corre em minhas veias mescla com tropical
Mas nem por isso, se possível, vir perder a elegância
Tenho apenas um coração para tanta dor que sinto
Sou uma alma que gosta do verão, outono demora-te
Quisera fosse um lírio ou uma violeta, alma inquieta
Não gosto de dormir, mas durmo facilmente também
Adaptei-me ao mar, sou da terra, campo ou montanha
Sou uma alma que nada sabe, não tosca, porém, singela
Gosto de carícias e afagos, gosto dos ventos do campo
Penso um tanto nos sabores, nos suspiros e fragrâncias
Há vezes sou sequioso comigo e minha pena não calará
O corpo morrerá, a alma seguirá a escrever seus versos.