Vozes silenciadas pelo tempo
Nos lugares vazios da existência
E nem mesmo queriam parar para ouvir
Só ouviam os sussurros nas janelas
E nem percebiam as ciladas do passarinheiro.
Buscavam glórias para si mesmo
Sem saber que deuses de barros quebram um dia
Os olhos foram furados pelas pragas
E os vermes se deliciavam com suas carnes
O esplendor de outros tempos
Agora estavam espalhados com os destroços
Poeiras e teias de aranhas.
Em seu rosto agora encurvado pelo tempo
O sentimento de outrora
Lembravam as suas noites de orgias intermináveis
Em meio as gritarias.
Um dia tudo passa na vida das pessoas
Nada dura para sempre
Nem mesmo a maior das alegrias
E deveria saber de tudo isso
Era considerado um sábio pelos que o ouviam
Quando, na verdade, não passava de um tolo moribundo
Jogado às traças do destino
Sozinho e sem esperança.
De que adianta as lágrimas sentidas
Se não há ninguém que possa ouvi-lo agora?
Poema: Odair José, Poeta Cacerense