Viu as borboletas voarem entre as flores naquela manhã Era primavera e podia se ver o azul do céu tão bonito Como os olhos cintilantes daquela que ocupava seus pensamentos E não o deixava dançar com o vento. Ela bailava como as folhas que caiam das árvores e eram levadas ao léu Pela brisa da manhã silenciosa. Ouvia-se o cantar dos pássaros e podia sentir as batidas do coração Afinal, era tanto sentimento que não podia guardar só para si. Olhou outra vez para aqueles lindos olhos Que mistério há neste lugar? Indagava-se a si mesmo sem notar o sorriso de leve em seu rosto. Só desejava poder estar ao lado dela naquele momento Em que sua alma tanto anelava por carinho. Sabia que não poderia prendê-la Não se prendem os sonhos e a imaginação E não se sabe os pensamentos do coração Quando ele é um território desconhecido. Vislumbrou a dança surreal de seu bailado sobre as nuvens E poderia viver para sempre aquele sentimento Não desejava nunca ter deixado ela sair de perto de si. A viu deitando de leve na relva e olhando para as borboletas Os cabelos cacheados espalhados pelo chão Os sonhos voando as alturas Os desejos expostos em seus olhos tão sedutores. Parecia tão despreocupada como se o mundo a pertencesse E deixava transparecer a alegria do seu coração. A beleza pura do amor estava em seus olhos Os misteriosos olhos daquela que roubara seu coração E tomava conta de todo seu pensamento.