O poema perdido na tarde eterniza o verso na palavra jamais escrita
O que os lábios feridos pronunciam ao vento triste não mais voltará
Nessa calma angustiada o que era murmúrio fez-se um duro silêncio
Como as pedras sobre as quais o sol bate, intenso, sob o fogo do dia
As recordações dos gestos de teu corpo despertam grandes lágrimas
Então, ouço os trinidos das flautas e inspiro o perfume dos gerânios
Que ficou esquecido nos rumores de um tempo lá detrás na estrada
Na ordem das coisas, breve, a luz diminuirá para a chegada da noite
É na noite que germina o poema e assim incendeia sombrios segredos
Que não se podem confessar na luz do dia, quase branca, tua nudez
Que em si é um poema, que navega graciosa em meu sonho mais vivo
O poema me sussurra ao ouvido tantos nomes, anônimos esquecidos
Ah estes versos que me contam histórias de uma infância longínqua
Mas tão interminável que ainda agora chego a duvidar chegue ao fim
Há momentos que chego a chorar por saber que a luz da aurora virá
Com sua luminosidade que devolverá o coração à sua dura realidade
Que renasce a cada amanhecer não importa se o céu é cinza ou azul
Porém, vou te esconder ao longo deste março de águas e de lágrimas
Para te rever radiante em minh’alma com a chegada de um novo abril
Devo te contar que juntos, somos uma espécie de eternidade juvenil
Sem espaço para a tristeza nas palavras no grato balanço das sílabas
Há 6 anos atrás, em 11 de março poderia ter sido meu ultimo dia na terra, mas Deus quis que não e assim comemoro meu sexto ano da nova vida,