Roo a tua ausência, brindo a saudade que me habita,
encosto a cabeça no teu peito e choro um bocado.
Cravo a minha voz no teu sentir embaraçado.
Hoje não estou aqui!
Não estou aqui!
Saí de mim para te inventar um caminho, uma dança!
Tapo a cara com as minhas luvas brancas como um palhaço envergonhado.
A tristeza dos dias encarrega-se de me fazer chorar com a chuva, soa a estranha esta emoção descontrolada, descompassado bater acelerado. Hoje fico por aí enrolada em mim se me vires chorar faz de conta que não conheces o sentido do choro. Já me encarreguei de te decorar as falas e os gestos, tudo fica simplificado antes do adeus.
Não queiras saber de mim...
Se hoje nem eu me entendo como posso exigir que me entendas,
cravo o rosto de sorrisos imcompreendidos e numa verificada quietude balanço o pó do caminho.
Se a dança tivesse um fim ele era os teus braços!
Chorei! Respirei a tua doçura e emocionei-te os passos.
Se fores por ali eu não me incomodo,
hoje, amanhã, depois, o dia pode findar contigo ao meu lado,
mas se estiveres longe e o dia findar
morrerá a eternidade dos gestos.
O mundo está do avesso, encosto-me a um canto e respiro a loucura das palavras enevoadas, obscurece o tédio, sombrea-se a verdade e o que é de mim sai do que sou para o ser na chuva. Agito os braços e grito o teu nome. O teu nome! Se não fosse o teu nome o que seria de mim? O teu nome simplifica-me os sinais. Sublevo o teu nome entre as palmas como uma bola que gira brincalhona nas mãos. Abano a cabeça em tom de negação e guardo o teu nome no bolso, sacudo a minha verdade e sinceridade dos braços, inquieto-me os sentidos e invento-te os passos antes de ires.
Não queiras saber de mim!
Se antes foste pó, cinza, nada, agora ainda és fogo aceso em mim.
Hoje não estou aqui!
Não estou aqui!
. façam de conta que eu não estive cá .