Ergueu os olhos e era possível ver
Uma esperança neles brilharem
Mesmo sabendo que parecia ser tarde demais
Para que houvesse arrependimento.
Brincou com o coração dela
Como se fora uma pequena lua escondida
E nem imaginou que tudo mudaria para sempre
Quando viu sua alma vazia de sentimento.
A dor escondeu-se no silêncio
Que não poderia mais acontecer
Porque sentia as batidas do coração
Por onde quer que andasse.
Tudo não passara de uma grande ilusão
Que dilacerou todas as esperanças
De alguém que nele acreditou
Contra todos os prognósticos contrários.
Agora só resta o lamento
Que pode ser ouvido a longa distância
Pelos caminhantes perdidos na floresta
Iludidos pela lua nebulosa da madrugada.
Era o sonho da sua vida
Poder caminhar com ela pelo jardim
Que agora não mais floresce
E nem tem onde receber as borboletas.
Tudo se esvai como o tempo
Perdido na ilusão de uma vida
Tudo perece na alma
De quem tem um amor escondido.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense