fizemos dos poemas
encontros
irrigamos as palavras
com apego
embriagamo-nos
pelos vocábulos postos
desenhámos os sonhos
antes dos rostos
até criamos autoestradas
entre o peito e alma
e quando o tempo nos apertou
quisemos encurtar as horas
para Juntarmos os corpos
e os nossos mundos sensatos
mas estávamos ancorados
na esfera dos nossos laços …
por pouco …por muito pouco
não fomos esboço do sonho
peça encaixada que faltava
fomos
apenas lágrimas
que desmaquilharam a tinta das promessas
e esvaziaram a poesia das folhas
deixando as raízes sem terra …
e uma única saída na estreita estrada...
Como estás?
aqui permaneci
como estrangeiro
na minha própria casa
lendo-te ….
E Tu?
… desligaste a alma e as amarras
juntando os passos aos sapatos
e foste embora …
até agora
Porque não voltas…?
agora como pássaro…
já que temos os braços confinados mas não as asas …