Olho este rosto meu reflectido
Não, não sou eu que ali permaneço
Não me reconheço, é mentido!
Ainda ontem era eu, e já nem me conheço!
Amarga sensação ignóbil de ter partido
Em Angola vinha desde o começo
De alegrias infindas me vi mantido
Agora sem mácula no fim permaneço
Nesta vida me vejo sem sentido
Espoliado de meu viver te peço
Pois aves de rapina me vi ferido
Quando espoliado por elas meço
Quanta vida lá deixei por fim vencido
Em lutas de armações que não mereço
De mim roubado de meu vivo sentido
Fim maldito que nem me reconheço
Quando olho meu rosto do espelho reflectido
Terça-feira, 18 de Julho de 2006