Poemas : 

DO APRENDER

 
 
DO APRENDER

Aprendi sorvendo. Somente o que me fez inalar.
O que despercebi não me fez entrever.
Não atingi alturas, sem pisar-me de chão arenoso.
Não extrai sal da terra, sem entregar as mãos repartidas.

Tenho alguns saberes, que me fazem apreendedor.
Uma arquitetura de razões pronunciadas.
Das mais súbitas, como aquelas a se moldar na quietude,
As derradeiras, como as que pungem na pele na alma.

Pouco aprendo, quando dos outros não me entrelaço.
Pouco sei se não me ponho a observar a intimidade.
Por isso ressoei-me em cada canto, num circulo de andanças,

E ainda me faço toar a cada instante que me ensina o olhar.
Distanciei-me por vezes para observar as perguntas.
Tantas outras respondi sem aderir ao absoluto.

Fui vário, múltiplo, único. Só assim fiz-me existir.
E ao ser, precisei reler a estrada e desvendar a travessia.

Carlos Daniel Dojja

 
Autor
20dojja18
Autor
 
Texto
Data
Leituras
824
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
0
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.