Doce criatura
As mãos de cetim percorrem o pêlo
Sobressaem fortes dessa franzina criatura
Alisam a pele sedenta de cabêlo
Extrai das veias a fina força de doçura
O vermelho das fortes veias, preguiçosas
Ofuscam nos dedos ténue brancura
Carregam do tempo horas ociosas
Costurando as partes da frágil ternura
Os dedos soltam um aroma delicado
Beijando cada curva da tua pele
Como se tratasse de um cachorro fiel
Se beijo essa doce curvatura
Absorvo tudo o que tens entranhado
Nas entranhas da pele doce e escura
João Garcez