Roo as unhas,
miro a morte!
Se o adeus for para sempre,
mato o sempre.
Quero chorar os teus olhos no meio dos meus cabelos,
agitar as mãos em sinal de socorro,
abrir os braços para abraçar os teus lábios na minha boca.
Deixei de lado o ódio premeditado, soltei a penumbra dos gestos e respirei o ar puro do teu sentir, curvei depois os queixumes até ao limite com o desejo de matar a dor a segundos de mim. Toquei no fundo do ser em alarme, vagueei pelos teus segredos tentando encontrar um canto onde me esconder. Dentro de ti só se agita o vento e a vontade de o ter preso ainda em mim. Nas caminhadas do amor já nada se repete e tudo fica preso ainda aqui, por muito que o sempre dure.
Não me digas adeus logo à chegada
senão sabes o significado de partida.
Morri!
Morri as lágrimas geladas nas tuas pernas
quando me pegaste ao colo,
fitei o horizonte como se uma nuvem
em forma de coração se aproximasse.
Se um amor não pode ser para sempre, um adeus também não!
Escrevi-te a pele ainda ansiosa e parada, respirando os poros da minha, desenhei-te em formas de eternidade sobre o papel do destino que nunca rasgarei. Saltei de mim, sorri em mim com o corpo todo em perfeita harmonia com o tempo. O tempo é a suposta sugestão de quem se sente vivo. Imperfeito é o ser que não teme o tempo e as suas teias.
Roo as unhas,
miro a morte.
Sou o assassino do adeus.
Amo-te!
. façam de conta que eu não estive cá .