Em tempos de inação,
o fermento do pão
vira bromato,
e o povo (de)votado,
desmemoriado,
e esfomeado,
fica embromado
e torturado...
Em país sem vacinação
cloroquina vira falsa solução,
o país é um grande covidário
e a massa curte o calendário
o "mito" comanda o espetáculo
desfila o cortejo no cenáculo
Não era pra ser só gripezinha?
Mas esta gente ê muito fraca...
E como fica o atraso da vacina?
Ah, nem dou bola...
E já são quase 200 mil óbitos?
Eu não sou coveiro, e daí?
Deixa que o próprio povo se esfola
Vai pra rua, junta na praia, balada
Assessora diz ser bom pra previdência
Mais idosos morrendo, equilibra tudo
Enquanto isso, as equipes de saúde
exauridas por 9 meses sem trégua,
lutam contra a ignorância e o corona,
ante o incentivo da própria "autoridade"
Deixa que o próprio povo se esfola
Vai pra rua, junta na praia, balada
Assessora diz ser bom pra previdência
Mais idosos morrendo, equilibra a conta
Enquanto isso, as equipes de saúde
exauridas por 9 meses sem trégua,
lutam contra a ignorância e o corona,
ante o incentivo da própria "autoridade"
É uma situação surreal, parcela
se manifesta contra a vacina
mistura sentimentos de xenofobia
e medo da vacina mais que do corona
E o desgraçado ainda estimula
o comportamento de aversão
no imaginário, gente virar jacaré,
símbolo de seu governo pangaré
Quanto mais se nega a ciência,
Mais atrai e seduz a ignorância
O povo caminha pro cadafalso
E diz amém ao seu messias falso...
Alberto AjAraujo , em 28/12/2020, crõnica de um país sem vacina, à beira de 200 mil mortos pelo corona, "... E daí? Não sou coveiro, Nem dou bola."
Imagem: Pourquoi autant d'efforts si personnes ne respecte rien.