Quando chegastes, tudo estava preparado para te receber. A caminhada até à tua chegada foi entremeada pela surpresa e pela alegria da tua vinda, com tarefas que sobravam para planear a tua receção, no meio de um inverno chuvoso e frio, que herdou um outono também copioso.
A tua chegada foi tão planeada como se planeia a travessia do atlântico norte ou a viagem ao centro da terra. Leram-se livros e mais livros sobre educação e desenvolvimento cognitivo, Piaget, Beck, Freeman, entre outros. Ouviram-se conselhos, conselhos e mais conselhos dos mais novos e dos mais velhos , experimentados de preferência. Fizeram -se planos, estudaram-se todos os pormenores de cada recanto, para criar o teu espaço - as cores das paredes, as cores da tua cama, as cores dos teus primeiros lençóis e cobertores; seleccionou-se cuidadosamente o colchão onde ias dormir. Tudo foi pensado a pensar na tua chegada.
E os brinquedos? Desses é melhor nem falar. Estudou-se a função de cada um, a cor, o som e que aspectos da tua personalidade desenvolveriam.
O teu quarto foi todo, mas mesmo todo novo, com aquecimento como nunca outrora houvera. Sabias que até a casa foi toda remodelada, paredes abaixo, paredes acima nem o frio nem a chuva conseguiram parar tamanha empreitada. Foram destruídos sonhos antigos e espaços de antepassados e construídos novos espaços, desenhados com toda a perfeição, para quando tu chagasses.
Todos queríamos que chegasses e entrasses em nossas vidas e fosses recebida em festa. Não sabíamos como eras, discutimos horas a fio como te iriamos chamar, não sabíamos se irias gostar, mas achamos que sim. Neste verde Minho quando se recebe alguém dá-se-lhe o melhor e foi isso que fizemos por ti.
Foi como receber o menino Jesus em casa. E pode-se receber o menino Jesus? Pode-se, mas não sei se o saberíamos receber. Quando chegastes, recebemos-te em alegria nesse dia inesquecivelmente feliz.
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
