Ela veste vestido negro,
E ninguém percebe,
Ninguém vislumbra,
O lado sombrio que oculta,
O peito que lateja por nada,
O frio vazio de sua alma.
Dama dos versos noturnos,
Que perdeu o pranto um dia,
Ao se vê num beco sem saída,
Ao cair nas garras do mundo.
Não tens calor em tua vida,
Não tens a luz do dia,
Não amas ninguém,
Apenas àqueles que o bolso tem.
Tua beleza de longe encanta,
Ao coração do carente um perigo,
Lábios derretendo em batom vermelho,
Coração que não é de ninguém.
Dama de curvas sinuosas,
De coxas por muito deliciosas,
Teu corpo pertence a quem?
À aqueles que o bolso tem.
Dama de pele veludosa,
Macia, doce e cheirosa,
Tua pele pertence a quem?
À aqueles que o bolso tem.
Dama dos dias de hoje,
És comum nos caminhos da vida,
Não tens o amor de ninguém,
Neste mundo em que o bolso é rei.
O amor hoje em dia é loucura,
O casamento sem respeito sem ternura,
Neste mundo em que o bolso é rei.
Rodrigo Cézar Limeira