Quando me for, larguem os meus ossos em qualquer cova, as cinzas em qualquer mar, ou ribeiro.
Eu inteiro.
Quando já não me rir do que me rio, nem me chorar do que me choro; sentir o cio, a paixão no que odeio e do que adoro e tudo, enfim, for frio, nesse em que mais me demoro,
larguem os meus ossos no lugar onde sou só mais um, no pó duma vala comum.
Sou fiel ao ardor, amo esta espécie de verão que de longe me vem morrer às mãos e juro que ao fazer da palavra morada do silêncio não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários. Por regra, não respondo.