Poemas : 

vala comum

 
Quando me for,
larguem os meus ossos em qualquer cova,
as cinzas em qualquer mar, ou ribeiro.

Eu inteiro.

Quando já não me rir do que me rio,
nem me chorar do que me choro;
sentir o cio,
a paixão no que odeio e do que adoro
e tudo, enfim, for frio,
nesse
em que mais me demoro,

larguem os meus ossos no lugar onde sou só
mais um,
no pó
duma vala comum.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/12/2020 15:56  Atualizado: 21/12/2020 15:56
 Re: vala comum


A morte é certa e depois de morrer
não interessa para onde vamos
se é uma vala comum, cinzas no mar ou não

um abraço poeta Rogério Beça

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/02/2021 20:15  Atualizado: 23/02/2021 09:37
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